No final de uma aula sobre estresse, num projeto grande que estamos fazendo, vi um homem sorridente se aproximar. Durante o encontro, ele foi um participante que não interagiu muito com palavras, mas que esteve atento e com expressões amigáveis o tempo todo. A sós, ele me confidenciou:

“Trabalho há 30 anos nessa empresa e 10 anos atrás tive uma depressão muito forte, igual a essa que você mostrou. Hoje eu estou ótimo. Na época, emagreci 14 quilos, não tinha vontade de fazer nada. Minha mente travava para trocar uma lâmpada: eu não sabia o que era esquerda e o que era direita. Quando sentava na frente do computador, eu não conseguia escrever uma frase…”

Ouvir histórias como essa não é algo incomum para nós. Eu, Nathália, Janine e Daniel estamos acostumados a escutar relatos sobre problemas na família, pedidos de indicação de livro, de profissionais especializados… Conduzir uma boa roda em ambientes empresariais abre conversas profundas e traz a ideia de que estamos disponíveis e queremos ajudar, mesmo que seja só escutando.

O homem à minha frente contava de uma experiência difícil de maneira muito bem articulada. Fiquei curiosa e soltei apenas:

—Como você saiu dessa?

Com um copo de café numa mão e um pão de queijo na outra, ele respirou fundo enquanto olhava para cima, voltou o olhar para mim e disse:

—Aprendendo a perder.

Já ouvi muitos relatos de superação. Alguns envolvem Deus, outros envolvem a família e muitos envolvem um bom profissional da área da saúde. Não foi exatamente o caso do meu novo amigo — depois eu continuei o papo para entender melhor o que aconteceu. E o que aconteceu foi que ele decidiu não exigir tanto de si mesmo, não se deixar levar por picuinhas e comparações e, especialmente, não deixar seu coração se fechar para aqueles que não foram legais com ele. Não foi um caminho fácil, mas ele estava decidido a perder.

Hoje, ele me disse, faz questão de ser o primeiro a pegar na mão daqueles que passam por momentos turbulentos.

Aqui em cima, uma das muitas turmas que rodamos em duas semanas de SIPAT de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo.

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