Saiu um relatório da Gallup sobre emoções. Assunto que está na moda, especialmente depois da estreia do filme DivertidaMente 2.
Essa pesquisa da Gallup, rodada em 2023, mediu como as pessoas têm se sentido emocionalmente. Feita em todo o mundo com o impressionante número de 146 mil participantes, o report final traçou uma ideia de como anda nosso estado emocional.
Aqui embaixo, trago alguns insights, mas antes quero te mostrar as perguntas da pesquisa. Reproduzo a seguir uma tradução livre delas (e você pode respondê-las mentalmente para refletir sobre o seu estado emocional):
Considerando seu dia de ontem, você…
- Se sentiu descansado?
- Foi tratado com respeito?
- Sorriu ou riu bastante?
- Fez ou aprendeu algo interessante?
- Sentiu prazer?
E você sentiu…
- Dor física?
- Preocupação?
- Estresse?
- Raiva?
- Solidão?
Aqui embaixo compilamos alguns resultados do report da Gallup (clicando aqui e aqui você vai para o nosso Instagram e pode ver e compartilhar os carrosséis que fizemos sobre o assunto).
Será que sentir é um mau sinal?
O relatório é um panorama geral superimportante. No entanto, tenho uma reflexão: sentir emoções dolorosas no dia anterior é sempre um mau sinal? É verdade que ninguém quer ter uma experiência difícil, mas a vida também é feita de várias delas, não é? (E a vida de Riley, do DivertidaMente, tá aí para nos mostrar isso…)
Uma pesquisa sobre sentir e se recuperar
Tem uma pesquisa muito interessante, feita com meditantes e não meditantes, que quis medir se esses dois grupos de pessoas sentiam da mesma maneira (e como se recuperavam de um estímulo doloroso).
Acontecia assim: um sinal tocava e, após alguns segundos, uma placa de metal esquentava no antebraço do participante (o aquecimento era seguro, mas a sensação era de perigo — parecia que ia queimar a pele a qualquer instante). Entre outros detalhes (que você pode assistir nesses 4 minutos nas palavras de Richard Davidson), o que foi descoberto é que as pessoas que não eram meditantes começavam a sentir dor logo na hora em que o sinal tocava (ou seja, a expectativa da dor já trazia as modificações cerebrais, mesmo sem a dor estar presente!). Já os meditantes não se alteravam com o sinal de que o aquecimento da placa estava por vir.
“Será que os meditantes sentem menos?”, você pode estar se perguntando… Não: como você pode ver no gráfico aqui embaixo, a percepção do episódio doloroso dos meditantes é até mesmo um pouco maior.
Sentir não é o problema
Agora vem a cereja do bolo: o mais impressionante é que os meditantes se recuperavam bem mais rápido. Eles sentiam a dor, mas não antes do tempo nem depois! Não é incrível? Infelizmente me identifico com essa recuperação demorada do gráfico. De perder a hora para um compromisso até ser magoada por alguém: algumas das minhas experiências dolorosas são arrastadíssimas.
Sentir raiva, tristeza, medo ou estresse no dia anterior não é necessariamente ruim. Na experiência usual pode ser. Mas se aprendemos a colecionar recursos para passar por elas, esse pode ser apenas mais um dia de nossas vidas, com altos e baixos.