Será que um assunto como bondade é algo para ser tratado dentro das empresas? Em um projeto da Oceano, levamos uma roda de conversa sobre o tema para uma grande empresa. E sabe o que descobrimos? É essencial! Como diz a psicóloga social Christina Maslach, a bondade é parte inegociável de um ambiente sadio: “Construir uma cultura de apreciação requer participação mútua, com todos como fonte e destinatário de atos diários de bondade.”.

A seguir, um pequeno trecho do livro Um coração sem medo, de Thupten Jinpa, que conta sobre uma pesquisa maravilhosa sobre o assunto: para te inspirar a passar atos de bondade adiante. Aprecie!


Uma das mais animadoras descobertas recentes da ciência sobre esse assunto, especialmente se levarmos em consideração a epidemia de solidão, é que a bondade é contagiosa. A gentileza dos outros nos torna mais gentis. Nós não apenas nos sentimos bem quando vemos alguém ajudar outra pessoa como também somos levados a ajudar.

Alguns pesquisadores chamaram esse fenômeno de “elevação moral”, utilizando a observação de Thomas Jefferson sobre como ficamos inspirados quando vemos ou pensamos em atos de caridade. Imagine um efeito dominó da bondade. Partindo de cada um de nós, seus efeitos podem se espalhar, criando novas consequências, e assim por diante. Na próxima vez que alguém for bondoso – mostrando preocupação ou ajudando alguém em dificuldade –, veja se consegue perceber qual é sua reação instintiva. Antes de qualquer pensamento consciente, seus olhos se acendem? Seu coração se sente elevado? Sua boca forma um sorriso?

Três cientistas – das universidades de Cambridge, Plymouth e Califórnia – demonstraram a natureza contagiosa da compaixão com um experimento engenhoso. Eles compararam estudantes universitários divididos aleatoriamente em dois grupos. Um grupo assistiu a trechos de programas de comédia ou história natural enquanto o outro foi exposto a cenas edificantes (do programa de Oprah Winfrey) que envolviam pessoas ajudando outras. Informados de que o experimento testaria sua memória, os participantes precisavam completar uma tarefa no computador relacionada ao que tinham assistido.

Quando a tarefa supostamente deveria começar, o pesquisador fingia ter dificuldade para abrir o arquivo. Depois de fracassar em diversas tentativas, dizia ao participante que ele ou ela podia ir embora e receberia os créditos de participação do mesmo jeito. Quando o estudante se levantava para sair, o pesquisador perguntava, como se tivesse pensado nisso apenas naquele momento, se o voluntário estaria disposto a preencher outro questionário para ajudar em outra pesquisa. O questionário tinha sido projetado para ser tedioso e chato, e não haveria qualquer recompensa.

Os resultados foram impressionantes. Os participantes que viram atos de bondade tiveram mais propensão a ajudar o pesquisador com o estudo não recompensado. Dos que concordaram em participar, os do grupo que assistira a Oprah gastaram duas vezes mais tempo na tarefa.

Testemunhar atos de gentileza nos torna mais compassivos – e a compaixão é um grande indicador de comportamento altruísta.

Por sorte, as oportunidades para sermos bondosos no cotidiano são abundantes. Podemos dar beijos de bom-dia em nossos entes queridos, ceder o assento no ônibus a uma mulher grávida, deixar um motorista apressado nos ultrapassar no trânsito ou oferecer um ombro a um colega. Podemos também fazer trabalhos voluntários ou doar parte de nossa renda para ajudar os outros. Se pensarmos bem, a maioria de nós tem muitas oportunidades de exercitar a gentileza todos os dias.

Agora, fique com um exemplo de pura bondade para aquecer seu coração e te motivar a passar atos bondosos adiante: