Semana passada, estive na sede do Pão do povo da rua, um projeto que não só oferece comida de boa qualidade para moradores do centro de São Paulo, como também acolhe jovens que saem das ruas e ganham um lugar para morar, um trabalho e uma comunidade.
Sempre me impressiona a alegria presente naquele espaço. As pessoas ali têm histórias difíceis, mas carregam um senso de comunidade que parece tornar o processo todo mais leve e divertido (ouço tantas risadas que é impossível não sair um pouquinho mais feliz de lá).
Eis que estava tomando um café, quando ouço Luana com uma expressão de orgulho: “Estou trabalhando aqui há quinze dias”. Então começamos a conversar e ela me conta que aquele é seu primeiro emprego com carteira assinada, que já trabalhou em vários lugares, mas nunca quiseram “registrá-la”: “Acho que é porque sou travesti”, disse. Duas semana atrás, ela fazia programa no centro da cidade e hoje me conta sobre seus planos de alugar um lugar perto do trabalho para ser sua nova morada.
Um pensamento que sempre me acompanha é esse de que existem muitas vidas possíveis, que todo mundo tem uma história. Às vezes ando na rua e olho para as pessoas com essa pergunta em mente: qual será a dela? Um outro pensamento que me acompanha é o quanto a vida de alguém pode ser totalmente impactada por atos de bondade.
Quem levou Luana para o projeto foi Daniel, seu amigo, que já esteve na mesma situação. Em 2020, foi acolhido pelo Professor Ricardo Frugoli, a pessoa por trás de todo esse trabalho. Que efeito dominó maravilhoso!
Se quiser apoiar essa generosidade toda, lá no instagram deles tem alguns caminhos possíveis.